de mãos abandonadas num qualquer colo gelado e já sem vida,
Invade-me esta calma de noites brancas, de noites ocas e frias.
Habito as profundezas mansas de um saber sem saber, onde, perdida,
me encontro sem lugar, sem passado, presente ou futuro.
Vogo num limbo azul calado, caindo aos poucos como fruto maduro
que o calor do Verão fez crescer e o Outono da vida fará sucumbir.
Invade-me esta calma sem sentido em que nada tenho ou sinto,
em que apenas e tão só caminho neste meu fado a cumprir.
E vou calando a minh'alma e vou sufocando o meu grito. Minto
a cada passo na minha estrada, porque eu não entendo mais nada,
eu não sinto mais nada apenas esta calma podre em mim amordaçada