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É na música suave e doce que vogam as memórias de um tempo
que passou como uma fugaz nuvem, como uma chuva de Verão.
É nos acordes sublimes de músicas partilhadas em contratempo
que as lágrimas se tornam regatos e a mágoa aperta como
grilhão
de ferro em brasa. É na música que embalou tantos sonos e
partilhas
que espero que a paz vá docemente colando as inúmeras estilhas.
É nos acordes mansos que deito as dores e enfaixo as feridas
pedindo ao tempo que cubra com fino pó o passado,
para que possam nascer nova cores, novos ventos e novas
vidas.
É nos sons de tanta troca, de tanto já vivido e acabado
que busco o bálsamo que tarda, que busco um novo amanhecer,
um amanhecer negado, prolongando a noite que me veio
acolher.
É na música que vogam as memórias de um tempo que passou,
as mágoas da incompreensão e o ferrão da crueldade que me trespassou.
Um dia a música será de novo música, música no coração.