Uma névoa de lembranças sem nexo nem tempo,
espelham-se num sorriso sem cor - apenas sorriso,
sem noção de vida nem de morte.
Apenas um momento, este; o segundo em contra-tempo,
que o presente esvai-se sem rasto - impreciso.
Sem saber se é fraco ou forte.
Olhar sem ver, ver sem entender, apenas uma casca
que um dia foi habitada; teve alma, coração, sentir.
Ainda assim, está. Ainda assim sorri como criança,
que sem saber procura abrigo, inconsciente, da borrasca.
Que pede segurança, quem sabe um colo, sem pedir.
Um apenas existir sem noção nem lembrança.
Uma vida de névoa, uma névoa de vida,
uma luta desigual, uma luta perdida,
uma sombra de gente,
uma alma ausente.
Mas ainda assim.... Mais um ano de vida. (87)
lágrimas de lua
Imagem retirada da net |
2 comentários:
Pareceu-me um poema de homenagem a alguém que fez anos no passado domingo. Talvez ao teu pai ou à tua mãe.
Em qualquer caso, é um excelente poema e do qual gostei muito. Parabéns pelo talento que sempre revelas com as tuas palavras.
Querida amiga, um bom fim de semana.
Beijo.
Minha amiga só agora vi e li, adorei as tuas palavras sábias e sentidas!
Muitos parabéns para ela e muita saude para ambas.
Beijinho com muito carinho
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