quarta-feira, agosto 30, 2017

POR ENTRE O SILENCIO E AS PEDRAS






Procurei entre o silêncio das pedras,
o verde da esperança flutuante
e o dourado de um sol cantante.
Procurei o que não se encontra;
apenas se vive e se sente,
apenas se escreve e pressente.
Procurei entre o silencio das pedras
a essência para a vida.
Um ponto de chegada ou de partida.
Um porto de abrigo, uma ponte de bambu,
ou apenas um refugio; um suspiro de anjo,
um olhar de fogo, um piano onde esbanjo
as notas de um duro caminhar.

Procurei no silencio das pedras
o âmago da minha alma, fímbria de coração,
os passos para voltar, a letra de uma canção
há muito amordaçada. É no silencio das mágoas
que nascem novas auroras das cicatrizes que ficaram,
de lutas há muito travadas. Os sonhos que claudicaram
são hoje o musgo das pedras no silencio deste mundo,
são abrigos, são luz, são eternidade em pó,
são os caminhos que percorro em paz e só.
Procurei entre o silencio das pedras,
uma razão, um destino ou apenas o caminho sonhado,
encontrei-me comigo mesma a dedilhar o passado.


É no silencio das pedras que se ouve o grito da vida. 

Lágrimas de lua

7 comentários:

CÉU disse...

Querida Paula, dolce Paula (quem é k cantava esta canção? Sei k a ouvi há tempos, mas não me lembro do nome cantor ou cantora)!

Mto agradeço a sua visita, brilhante e terno comentário deixado no meu blogue.

Para lhe falar com sinceridade, sei que há "amores" (acho que são acomodações e não amores) como aqueles do poema e do vídeo, mas conheço um médico amigo, que retira tatuagens, daquelas com nomes de amores eternos, e a pele fica mto bem, portanto, quem sabe se o seu peito com laser, não ficará como novo, como qdo tinha 20 anos (ai, que desgraça se a Paula tiver 20 anos -rs)! Eu tenho un poquito mas, mas não tenho tatuagens, nem piercings, nem uso anéis, nem pulseiras, nem relógio, nem, nem ..., pke sou mto livre, e não me sinto bem no papel de árvore de natal (rs), mas, em contrapartida, uso sempre argolas nas orelhas, a minha única "prisão", marca de há uns anos a esta parte.

Adorei o seu riquíssimo e completíssimo poema, impregnado de natureza, sempre chamada ao palco, da diferença. Creio ser nela, que encontra muitas respostas e recorda aquilo que lhe deixou "cicatrizes" de má memória, mas, minha querida, não se "dilacere" com essas procuras, pke o amanhã nunca é igual ao hoje e o passado fica pra História, nem que seja pra história da gente. Se tudo isso se passa, poeticamente, então, sans problèmes, mas se temos um cenário real, sinceramente, fico triste, pke ninguém merece sofrer e por amor, muito menos.

Os silêncios precisam, mtas vezes, de serem quebrados, embora compreenda que cada pessoa tem direito à sua privacidade, às suas queixas, dores, lamúrias e angústias, mas caramba, por vezes, é preciso abrir o coração, nem k seja só uma nesgazinha.

Paula, minha amiga, uma questão: o luar chora? Nunca dei por isso, mas não sou nada distraída. Diga-me, explique-me tudo, se desejar.

Beijinho e abracinho com perfume de alfazema. Durma bem e sonhe com Apolos.

Jaime Portela disse...

No silêncio ou fora dele, das pedras ou de outra coisa qualquer, o importante na vida é procurar. Mas, normalmente, as respostas estão em nós próprios.
Gostei do teu poema, é excelente.
Bom fim de semana, querida amiga Paula.
Beijo.

Flor de Jasmim disse...

Como sempre os teus poemas deixam-me em arrepios, tens uma forma tão linda de exprimires as tuas dores!

Bom domingo querida.

Um grande beijo.

Luna disse...

Porque as pedras tem vida, uma vida sofrida, entre passos de gente crescida, o vento agreste das madrugadas onde só o luar as pode encontrar.
beijinhos

CÉU disse...

Olá, querida e dolce Paula (rs)!

Como sempre, ando fora de horas, mas não nos telhados, nem nos de zinco quente, como as gatas, as interessantes, as de duas pernas. A noite está fresquita.

Passou por minha casa? Olhe que me pareceu que alguém tinha passado os dedinhos, não sei se a falange, a falanginha ou a falangeta (rs) na minha porta da rua, mas eu ando tão absorvida em pinturas e etc. que já nem dou por quem me bate à porta, levemente, assim ao jeito de "Balada da Neve", de Augusto Gil (será este o nome)? Ah, parece que estou a falar de coisas de há 300 ou 400 anos, mas isto deve ser cultura geral, não é verdade?

Então, A Paola, a dolce Paula, canção, efetivamente, de Adamo tem uma história e eu por (de)formação académica (sou licenciada e mais umas "coisinhas" em História) fui pesquisar e pronto encontrei coisas giras. Então, é assim: Paola foi rainha da Bélgica (ela nasceu em 1937), casada com Alberto II da Bélgica, tem atualmente 79 anos e é mãe do atual monarca, Filipe I., mas nasceu em Itália, na Toscânia e foi sempre uma mulher mto bonita. Adamo, que tb deve andar pelos 70, e qdo foi atuar à Bélgica, ele ou algum autor, fez esta canção exclusivamente para ela, mas rapidamente todas as Paula(s) do mundo inteiro, sentiram k a canção era genérica e lhes era dedicada, portanto, a menina tb está no role (rs).

Tive no secundário, no 11º uma colega e amiga, que tinha o seu nome, olhos azuis e cabelos castanhos, que ela estragava com tanta tinta, amoníaco e água oxigenada. Depois, fomos ambas para Direito, mas ela apaixonou-se, "perdidamente" por um angolano e zás ficou grávida, pke queria ser mãe e deixou a faculdade. Casou-se, mas o casamento durou pouco tempo. Era mto alegre, um tanto "estouvada", mas a casa dos pais, uma vivenda, tinha sempre lugar para mais um. Oh, que festas e que bons tempos! Eu mantive-me um ano em Direito, mas achei o curso mto maçudo e chato. Depois, fui pra História.
Não é a Paula, a minha amiga e colega, pois não?

Continuamos em silêncios por entre as pedras, que "falam", recordando amores bons e menos bons. Nunca estive pra isso, nem estou. Vivo um dia de cada vez e amanhã se verá. Cicatrizes, não tenho nenhuma. Ah, tenho, mas mto bem feita, qdo há 2 anos fui operada à mão dta. por um cirurgião plástico e por ter Contratura de Dupuytren. Fiquei bem melhor, e como escrevo "pouco", a mão recuperou, razoavelmente, mas não como eu e o médico gostaríamos.

Adorei a sua resposta sobre o choro do luar. Ah, a natureza dá tanto jeito, até há lágrimas prateadas (rs), mas a filosofia, também ajuda e mto.

Um big beijo, um saquinho com cheirinho a alfazema, que lhe ofereço para pôr nas gavetas da roupa, hoje comprei 4 e um enorme e sincero abraço.

CÉU disse...

Paula, minha amiga!

Qdo deixamos comentário, aqui, temos de fazer um trabalhinho e k é: selecione, por exemplo, os quadrados com setas ou com isto e mais aquilo. Bem, eu à 5ªtentativa, lá consegui. Eu penso que isto era obrigatório nos blogues mais antigos, mas agora tal já não é exigido. Bué fácil, agora.

Beijinhos e boa semana.

Jaime Portela disse...

Passei para ver as novidades.
Mas gostei de reler o teu excelente poema.
Bom resto de semana, amiga Paula.
Beijo.

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As palavras lançadas não voltam atrás, o tempo perdido já não tem retorno e a vida esvai-se, no silêncio voraz. Fica o caminho, diluído, sem...