Trago tatuado no corpo,
o mapa do nosso passado.
São um sulco
esvaziado
todos os rios, agora secos,
de uma vida na penumbra.
As montanhas que subimos
e cada vale que descobrimos,
cada meandro, cada sombra,
cada prado, cada planície,
que afloravas á superfície
de uma pele que te recebia.
O mapa, qual cicatriz do tempo,
cobre-me o corpo a contratempo.
Os rios que navegavas
já perderam o azul das águas,
e nas margens só as mágoas
se espalham na memória.
Olho hoje as íngremes montanhas,
(como me parecem estranhas!)
já não vejo os alegres cumes,
apenas escarpas agrestes,
rasgadas de todas as vestes.
O mapa, desvanecido de esperas,
perde as cores, perde a harmonia,
tatuagem negra,tatuagem de nostalgia.
São apenas linhas vãs,
que um dia foram caminho,
foram vida e valioso pergaminho.
Hoje é mapa a carvão traçado,
apenas uma tatuagem a lembrar
que um sonho pode acabar.
lágrimas de lua
imagem retirada da net |
6 comentários:
tatuagens as há que a tinta se esvai e se apaga nos dias do esquecimento, outras ficam gravadas a ouro no pensamento e coração,
bjs
Um poema nostálgico, mas que resume a vida da maioria das pessoas, já que todos os sonhos, se se concretizam, também acabam...
Gostei muito, o teu poema é excelente.
Bom fim de semana, querida amiga.
E boas férias, se for o caso.
Beijo.
Querida obrigada pelo teu belo comentário no meu humilde cantinho, mais do que um comentário um momento de palavras poéticas, beijinhos
Olá, querida Paula (creio ter sido este o nome que no blogue da Leninha, me sugeriu)!
É uma excelente amante da natureza, e isso nota-se, quase sempre, naquilo que escreve, pke chama cada elemento dela para a bafejarem ainda mais, mas não é só da natureza (rs). Ah, quantas lembranças encerra este poema, que até virou tatuagem. Paula, minha amiga, acha que alguém que amámos mto merece tatuagem, coisa pra sempre? Jamais, assim disse o outro e é bem certo. Não tenho uma única tatuagem, nem piercing, pke detesto prisões, de toda a ordem e espécie e sou mto Kairós, portanto, vida cada momento do meu dia. Amanhã, logo se verá!
Gosto mto da forma como escreve, pke apra além de saber escrever, como já lhe disse algumas vezes, sabe colocar-nos dentro da sua agradabilíssima escrita, que pode ser triste, amores antigos, etc. e tal, mas dá-me gozo ler o que escreve.
Não vou terminar a carvão, pke sou uma péssima desenhadora, mas vou terminar com um beijinho e um abracinho cheirando a alfazema. Gosta?
Passei para ver as novidades.
Bom fim de semana, querida amiga.
Ou boas férias, se for o caso.
Beijo.
Belíssimo poema! O amor preterido ou um rompimento, sempre é triste.
Triste é um amor preterido...
A alma emudece. A fala
Que há no coração se cala
E a vida é um surdo gemido.
A alma fecha o ouvido
Para tudo que se instala
Ao redor e faz sua mala
Para partir sem sentido,
Sem rumo, e até sem saber
Porque querer sem prazer
Sair para o exterior.
E o coração, por dever
De amor, obriga o ser
Ser fiel ao seu amor.
Oi Paula pus este soneto que fiz em releitura de um blog outro, mas que coincidentemente cabe como releitura de tua postagem. Grande abraço. Laerte.
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