domingo, novembro 26, 2006

ENCHENTES TRANSBORDANTES


O céu vestiu-se de cinza carregado,
lançou sobre os longos cabelos
uma mantilha de negro marchetado,
e do olhar cansado e já sem desvelos
grossas bátegas de cristalina chuva
soltam-se em catadupa.
O céu vestiu o seu negro vestido,
carregou o olhar, pintou-o de noite,
feita trovoada e dor. Soltou um bramido
de paixão e mágoa, sem ter quem o acoite.
E a terra tremeu, vergou-se e rompeu
do seu ventre fecundo um grito nasceu,
virado para o céu, suplicante e perdido.
"Céu de tormentas, céu de invernia,
não chores mais, não mais te lastimes
ouve antes esta minha sinfonia
de águas correntes de forças sublimes.
Acalma a tua furia, cala os meus rasgões,
compõe nova musica de paz e calmia.
Ah céu!!! Cala esta minha agonia!"

1 comentário:

Juℓi Ribeiro disse...

Que turbilhão maravilhoso
de sentimentos,
conseguistes juntar
e transformar
em um texto apaixonante!
Me encantei,
aqui juntos encontrei:
as forças da natureza
e a força que tens
de transmitir
sentimentos em palavras...

Unidas formam um belo espetáculo
para aqueles que tem o privilégio
de poder visitar teu blog.
Um abraço.*Juli*

O TEMPO PERDIDO NÃO SE RECUPERA

As palavras lançadas não voltam atrás, o tempo perdido já não tem retorno e a vida esvai-se, no silêncio voraz. Fica o caminho, diluído, sem...