sexta-feira, junho 27, 2014

DESERTO









Ocas as horas e os dias, vãs as esperanças,
vazios os olhos sem rumo e as mãos sem par.
Pés que caminham sem saber bem para onde,
deixando-se arrastar por efémeras lembranças
de um tempo que se esgotou e dissolveu no ar.
Aos enganos e desenganos não há quem os sonde,
quem os entenda, os segure, os esgrima firmemente,
e deles fazemos mortalhas e deles fazemos repasto,
e deles nos agrilhoamos como eterno deserdado.
A estrada é longa e sinuosa, traiçoeira certamente,
o sol cresta sem piedade e o caminhar é duro e gasto.
A sombra projectada no caminho é de solitário condenado.

As horas correm ocas esvaziadas de sentido e de rumo,
as mãos deixaram de procurar outras mãos para prender,
os olhos morreram neste deserto que assumo
como cama e como lar, como história por viver.

quarta-feira, junho 18, 2014

O SOL...O HORIZONTE...O INFINITO... NOSTALGIA

Hoje fica apenas o astro rei como "lâmpada da terra"

Neblina como um sonho de criança, como algodão doce...



O ultimo beijo do dia...A morder de saudade

O esplendor de um entardecer de inverno, no horizonte...o infinito

Se eu tivesse braços para nadar até ti...

O verão despede-se no cair de mais um dia e o sol refresca-se nas águas brandas e frias...

segunda-feira, junho 16, 2014

ODOR DE SOLIDÃO

Paira no ar quente da tarde agreste  o odor da solidão.
Como víbora em contorções espasmódicas, aperta o cerco,
estrangula a voz, rasga a alma, dilacera o coração. 
É acre e intenso. Queima e destrói à sua passagem,
é como um pântano escorregadio onde me perco.
Paira o odor frio deste caminho onde a mensagem
se cola à pele como as gotas de orvalho matinal.

E as garras desta solidão cravam-se na carne desnudada
pelas palavras proferidas como cavalos à desfilada.

Paira nesta tarde quente o frio da solidão abismal,
como dedos de chuva escorrendo livremente
colhendo todos os frutos que o amor amadureceu,
e as bocas sedentas não tocaram, não provaram.
Paira como sede que água alguma dessedente,
como a aranha cuja teia ainda não teceu.
Paira como lágrimas que ainda não se choraram.

E as garras desta dolorosa solidão dilaceram a alma
sem dó nem piedade, vão-me rasgando silenciosas, com calma.

quinta-feira, junho 12, 2014

RE-ESCRITO


Porque o sim é quase sempre um não,
 e o tempo se escoa por brecha invisível,
os dias passam escorados numa inútil razão
numa torpe explicação inaudível.
E as mãos agarram o vazio escuro,
e o coração bate desordenado e decadente.
O olhar eleva-se para um céu ainda puro
em busca de um rumo que o oriente.


Se o sim fosse apenas sim sem mais pensar,
se a tristeza nada mais fosse que um breve momento,
se o vazio não fosse destruidor como um sismo,
a vida seria amena.

Ah se o pensamento fosse tão forte como o mar!
Se o desejo fosse tão imperioso como o vento,
se o amor fosse tão profundo como o abismo,
então a vida seria plena.

segunda-feira, junho 02, 2014

TÃO PROFUNDO COMO O MAR




Se o pensamento fosse tão forte como o mar,
se o desejo fosse tão imperioso como o vento,
se o amor fosse tão profundo como o abismo,
então a vida seria plena.

Se o sim fosse apenas sim sem mais pensar,
se a tristeza nada mais fosse que um breve momento,
se o vazio não fosse destruidor como um sismo,
a vida seria amena.

Mas o sim é quase sempre um não,
o tempo escoa-se por brecha invisível,
os dias passam escorados numa inútil razão
numa torpe explicação inaudível.
E as mãos agarram o vazio escuro,
e o coração bate desordenado e decadente.
O olhar eleva-se para um céu ainda puro
em busca de um rumo que o oriente.

O TEMPO PERDIDO NÃO SE RECUPERA

As palavras lançadas não voltam atrás, o tempo perdido já não tem retorno e a vida esvai-se, no silêncio voraz. Fica o caminho, diluído, sem...