Sete páginas por escrever e sete sonhos por sonhar,
sete anjos por encontrar e sete luas por enfeitar.
Sete sortilégios de amor e sete ondas por alcançar.
Sete sóis, dentro de sete estrelas, e sete lágrimas a
derramar.
São sete os anéis de fogo e sete os vulcões adormecidos,
sete são as lagoas e sete as purpúreas auroras.
São sete os suspiros abandonados e despidos
em sete almofadas de cetim, perdidas em nebulosas horas.
Sete, as cores das dores de amor e sete são os pecados
mortais,
onde me perco e me encontro. De que me visto e enfeito.
Sete flores por florir e sete manhãs por nascer. Sete
olhares leais.
E são sete as setas cravadas, amargamente, no peito.
Sete são as capas vermelhas, rubras de amargor e desencanto,
sete são meus nascimentos e sete serão minhas mortes.
Serão sete os meus delírios e as dobras do meu manto,
e mais sete hinos de agonia divididos por mil sortes.
Serão sete anéis de compromisso com orvalhos matinais,
e sete noivas enfeitadas com sete diademas de ouro.
Serão sete sapatinhos de cristal quebrados em vazio cais.
Sete anjos secam lágrimas – pérolas de um qualquer tesouro.
Sete páginas repletas de sortilégios mansos em sete marés de
ternura.
Serão sete as manhãs de Outono e sete as noites de invernia.
Sete palavras de dor, sete beijos de amargura.
Vão ser sete as ninfas cantando em dulcíssima maresia.
Venham sete barcas de
Caronte! Venham sete trovões de alquimia.
Venham brados, venham sonhos, em amanheceres de poesia.créditos tribodosgoticos.com |