Na volta da estrada já gasta da vida; um olhar.
Um sorriso breve, um sorriso esgotado.
Uma figura encanecida de Tempo a esgotar,
Passando veloz sem se fazer notado.
Mas passa, correndo como um louco,
Passa, roubando os dias, as horas, as memórias.
É já nessa volta da estrada, que o Homem fica rouco
de calar o grito de dor. De olhar o vazio das vãs vitórias.
Porque tudo se esvai… tudo se vive e se enterra:
a Vida apressa-se a resvalar, e esquecemos o que é Viver.
De repente o futuro é agora, perdemos o pé e a terra,
perdemos o dia e a noite. Só não queremos esquecer.
Na volta da estrada já gasta de vida – um homem
enfrenta o declínio, o fim, o oblívio.
Na volta da estrada já gasta de vida, os sonhos somem,
perdem-se os passos, aceita-se o fim e o martírio.
Lágrimas de lua