O silencio manso tras-me a tua voz
ecoando nas dobras desta noite,
e eu, fragil casquinha de noz,
procuro que o teu abraço me acoite.
Roço ao de leve o teu rosto doce
com um beijo, quase uma aragem,
recebo-te na ternura da posse
entrego-me nesta viagem.
E o silêncio tras-te de novo a mim
e as tuas mãos percorrem-me carentes,
os teus beijos encontram-me enfim
e os sentidos acalmam dolentes
na noite muda de espanto....
Quebra o silencio com o amor
intemporal, cobre-nos com o manto
diáfano da ternura e o calor
de quem se dá
nesta noite silenciada por nós