Há uma espécie de angústia, de tristeza que me invade
sem perceber porquê nem de onde vem.
Há uma dor sem rosto que me povoa sem alarde
e deixa este espinho que nada detém.
Não sei porque estou triste, não sei o que dói,
só sei que uma mágoa infinita me arrasta
para um abismo sem regresso, como ácido que corrói,
como punhal que dilacera, como caminho que se afasta.
Pesa a alma sem razão, chora o coração destroçado,
e este negrume que impera veste-me o corpo amordaçado.
A noite invadiu a minh’alma, vestiu-a de solidão,
de uma paz insólita e triste, vazia, oca, plácida e sem
razão.
Há uma espécie de angústia que me povoa e invade...