domingo, abril 22, 2007

SEM LUZ

Como se caminha pela noite sem lua
pelo trilho pedregoso sem luz, sem esperança?
Como se encontra a bonança
se a tempestade nua e crua
me assola sem piedade!
Como posso refazer os meus passos,
enfrentar de novo o dia
se o sol perdeu a magia
e a noite me prendeu em seus laços
de negrume sem idade?
Ah, noite de solidão
mais tenebrosa que a própria morte,
devora-me de tal sorte
que nem mesmo o perdão
se lembre jamais de mim!
Engole-me, traga-me a alma
esquece-te o que fui um dia,
envolve-me nessa calma
tão tua, tão negra, tão fria
e deixa-me partir por fim.

4 comentários:

Ana Luar disse...

Um poema melodicamente inquisitivo... De uma beleza rara onde misturas os sentimentos com a alquimia do universo. Fabulosamente belo.

JM disse...

O poema é belo mas triste... não deixa uma janela de esperança... espero que esteja tudo bem...
Bj ;)

heresias consentidas disse...

"Objecto de Amor"

De tal ordem é e tão precioso
o que devo dizer-lhes
que não posso guardá-lo
sem a sensação de um roubo:
cu é lindo!
Fazei o que puderdes com esta dádiva.
Quanto a mim dou graças
pelo que agora sei
e, mais que perdôo, eu amo.


(Adélia Prado)

xi-coração
herc

Anónimo disse...

Ola....

Quanta tristeza e desalento neste poema....
Por mais adversa que seja a nossa vida .... devemos sempre seguir em frente .... quem sabe "lá" em "algum lugar" não surge a luz de que tanto precisamos....
Eu sigo a minha vida na esperança de encontrar essa luz ... um novo alento na minha vida...
Não desistas...
Beijo
Vity

O TEMPO PERDIDO NÃO SE RECUPERA

As palavras lançadas não voltam atrás, o tempo perdido já não tem retorno e a vida esvai-se, no silêncio voraz. Fica o caminho, diluído, sem...